HISTORIAS

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Triste Sina: Morrer de um Pum de Burro!


Cada noite para Bernardo e suas crianças era uma viagem pelos mundos da imaginação. Estes mundos poderia ser de arrepiar os cabelos com histórias de assombração, de encantar com príncipes e princesas ou de fazer rir até doer a barriga como esta que hoje vou contar-lhes.


"Era uma vez, um rapaz que trabalhava como tropeiro. Passava o dia todo tocando os burros carregados de sacos de carvão, que ia do lugar onde era feito,  até o depósito que ficava no vilarejo. Saía com o dia ainda escuro e só voltava à noite. Sua cor era a cor preta do carvão que carregava em seu dia a dia. Os moradores dos arredores já conheciam o seu grito e o estalar de chicote quando algum burro da tropa empacava. 
- Eia, eia, eia! E  erguia e baixava o chicote no lombo do animal com seu estalar que fazia doer até os ouvidos de quem de longe ouvia. Assim a tropa carregada, subia e descia os morros gemendo com o peso dos sacos de carvão.
O tropeiro chegava ao depósito descarregava a tropa e recebia o dinheiro daquele dia de trabalho duro. Ao sair, só se via o brilho dos olhos e os seus dentes que relampeavam um sorriso e até mesmo uma gargalhada de vez em quando. Tirava os arreios dos burros e os levava para pastar à beira de um rio onde corria uma água fresquinha e límpida, aproveitando também para se banhar naquelas águas. Limpo voltava com aspecto de homem, pois antes mais parecia um ser de outro mundo coberto pelo pó do carvão. Ia para a vila tomar uns goles de boa cachaça e comer alguma coisa. Estava a essa hora faminto e cansado da viagem. Passara o dia todo por aquelas estradas de chão batido a tocar seus burros.
Uma manhã, quando fazia seu rotineiro trabalho, o tropeiro encontrou em seu caminho uma cigana, que pediu para ler sua mão. Ele hesitou, mas acabou aceitando e estendeu suas mãos pretas de carvão para aquela misteriosa mulher. Ela olhou e passando seus dedos por entre as linhas de suas mãos, como para tirar um pouco daquela fuligem de carvão e ver melhor seu destino disse:
- Não vejo coisa muito boa para seu futuro.
Ele puxando a mão como que, para espantar aquela previsão, com os olhos arregalados pergunta:
- O que vancê viu? 
Ela tranquilamente fala com a autoridade de quem nunca se engana:
-  Vós mecê vais morrer de um pum de um de seus burros.
O tropeiro deu à cigana o que ela tinha lhe pedido para ler suas mãos e saiu tocando sua tropa.
O sol já estava alto no céu e ele não conseguia tirar da cabeça o que a cigana lhe dissera.  Mas hora bolas! aquilo era um absurdo, ele pensava, no entanto, logo voltava a lembrar que passava os dias atrás daqueles burros ouvindo-os soltarem seus puns. Foi aí que uma ideia passou pela sua cabeça: vou colocar uma pedra na bunda dos burros que ficam para trás.Assim ele fez e certo de que tinha resolvido o problema, calmo e tranquilo ia atrás dos burros com seu chicote a estalar em seus lombos.
 Até que certo dia, quando ia subindo um morro, os burros gemiam de cansaço com aquela carga pesada e ainda mais, com a bunda tampada por uma pedra, foi aí que um dos burros não aquentando mais, soltou um tremendo "PUM" que saiu com tamanha pressão que a pedra saiu voando e foi acertar em cheio a cabeça do tropeiro que teve seu cranio faturado vindo a morrer em seguida.
Morrera pois, de um pum de um de seus burros."

"Nosso destino é traçado na forma em que lidamos com nossos problemas."




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