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"Era uma vez, no reino da bicharada havia um coelho muito esperto. Ele também era muito querido e respeitado na sua comunidade, por ser o capelão. A ele cabia fazer os casamentos, as rezas e encomendar os defuntos quando alguém passava desta para a melhor.
Correndo ligeiro pela mata lá ia o senhor coelho apressado atender a todos que precisava da sua ajuda espiritual.
No entanto, havia algum tempo que a comadre onça o observava do galho de sua árvore achando o senhor capelão muito gostoso para seu jantar. Pensava sempre em dá um jeito de pegar o coelho sem levantar suspeita, pois já não aquentava mais sua boca salivando todas as vezes que via o tal coelho, mas ele era muito atento e a qualquer sinal de perigo corria e saltava até sumir de vista no meio da mata.
Foi assim que ela bolou um plano para ficar pertinho do coelho, sem que ele ficasse tão atento e logo tratou de coloca-lo em ação. Desceu da árvore, quando o dia estava amanhecendo, e ela sabia que muitos bichos iria beber água no rio que ficava ali próximo. Fingiu-se de muito doente gemendo e se arrastando pedindo socorro para os bichos. Caminhou um pouco, e quando percebeu que já havia chamado a atenção esticou-se toda e fingiu de morta.
Os bichos, ainda desconfiados se aproximaram da onça. Cheiraram, mexeram e viraram ela de um lado para o outro, o doutor macaco a examinou e confirmou: a onça estava mesmo morta, esticara as canelas!
Logo a notícia se espalhou pela comunidade e como sempre acontece, toda a bicharada esqueceu das traições da onça que passa ser a coitada que morrera tão cedo, que tudo que ela fazia não era por mal e aquelas coisas todas que se costuma falar de um defunto. Assim, com este espírito de uma perda no reino, foi que a bicharada bateu na toca do coelho capelão pedindo para ele ir fazer o velório da comadre onça.
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Chegou ao velório da onça, e pegando uma vela acendeu-a e aproximou-se do caixão onde jazia morta a esperta onça.Só ele sabia que iria era tirar a prova para ver se não era mais uma das espertezas da onça, por isto deixou que um pingo de cera bem quente caísse na pata da onça, que com a dor esqueceu que estava morta e fez uma careta.
De um salto o coelho pulou bem longe, lá no terreiro e da janela começou a cantar uma ladainha:
- quem tá dentro sai para fora! Que o defunto tá com doença do mané pola!
Todos pararam pensando se tratar de uma doença contagiosa e estranhando o modo de rezar do capelão coelho. Mas, não demorou muito até que a ficha caísse para todos e deram na canela junto com o coelho que corria e saltava como nunca. Escapando assim da traiçoeira onça.
mané pola = fingir, enganar
Muito legal este conto!!!
ResponderExcluirMe divirto mais que as crianças contando essas histórias kkk
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