HISTORIAS

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O Peixinho Dourado.


Esta história Bernardo contava para os caçulas, para as crianças menores. Dava para ver em seus olhinhos o brilho de encantamento ao serem transportadas pelo reino da imaginação à terras tão distantes, onde  poderia haver seres encantados. Bernardo sabia como ninguém levá-las nestas viagens.

" Era uma vez, um casal muito, mas muito pobre que vivia em uma casinha também muito pobre. O marido a tudo suportava resignado sem reclamar de sua sorte, porém a mulher vivia resmungando pelos cantos e o pior colocava em seu marido a culpa por tudo de ruim que acontecia em sua vida.
Certo dia, não havia nada para eles comerem e o marido resolveu ir pescar, pegou sua vara, anzóis e isca e lá foi ele para a beira de um riacho que passava ali perto. A mulher continuou em casa praguejando contra a sua triste vida.
Quando lá chegou ele atirou a linhada ao rio e esperou que algum peixe mordesse a isca, logo sentiu que um peixe beliscara o anzol e puxou com toda força e rapidez. Qual não foi sua surpresa quando um lindo peixinho dourado apareceu, suas escamas parecia ouro que brilhava ao sol. Pegou o peixe e já ia colocando-o no cesto quando ouviu ele gritar:- não me mate, ponha-me de volta! Com o susto ele jogou imediatamente o peixinho de volta ao rio. Daquele momento em diante fora inútil ele lançar o anzol ao rio, nada dos peixes morderem a isca.
Cansado voltou para casa sem nada, porém contou tudo que acontecera para a mulher e como ele ficara assustado.
A mulher respondeu: - você é mesmo um tremendo pateta! Volte imediatamente e chame pelo peixinho dourado, ele falou com você e você obedeceu sem exigir nada, vá e peça uma casa e comida para nós tenho certeza que ele vai atender seu pedido, esse peixinho é encantado e tem poder para isso.
O marido ainda assustado e com um certo receio obedeceu sua mulher, afinal ele não sabia o que era mais difícil enfrentar o peixinho encantado ou os gritos da mulher.
Chegou ao rio e os últimos raios de sol fazia as águas coloridas de diversos tons de azul, verde e amarelo do sol que se escondia. Bateu com uma varinha na água e chamou: - peixinho dourado! Logo o peixinho apareceu e ele meio sem jeito falou: - minha mulher me mandou vim te pedir ajuda, pois estamos passando necessidade. O peixinho nem esperou ele terminar de explicar e disse: vá para casa e encontrará uma casinha aconchegante, com tudo que vocês precisam e o jantar já estará quentinho em cima do fogão.
Ele voltou para casa e logo avistou uma casinha modesta, mas bem arrumada com tudo que necessitava. Entrou e como o peixinho prometera havia comida quentinha fumegando no fogão. Ele não cabia em si de contente, e agradecia por tudo que ganhara.
Sua mulher no entanto, olhava sem expressar grande emoção. No dia seguinte, chamou o marido e disse-lhe:
- Olha esse peixinho pode dar muito mais que isso; volte lá e peça uma casa maior e uma comida melhor você verá que ele te dará.Assim fora feito, o marido obedeceu e mais uma vez o peixinho deu o que ele pediu.
Quando voltou para casa encontrou uma casa grande e muitos alimentos os quais ele não daria conta nem de comer tudo.Ficou feliz e sua mulher continuava com a mesma cara de insatisfeita.
No dia seguinte novamente a mulher chamou-o e disse: - volte lá no rio e peça ao peixinho uma linda fazenda com muitos gados e empregados e lindos vestidos e jóias para mim.
 O marido cabisbaixo obedeceu. Chegou ao rio chamou o peixinho e fez o pedido, em seu olhar não havia nenhum brilho de emoção, sua voz soava triste. O peixinho mais uma vez mandou que ele voltasse para casa que seu pedido se realizaria. Voltou para casa, mas estranhamente não se sentia feliz, ao contrário estava triste e perturbado com tudo aquilo.
Encontrou a mulher quase que irreconhecível em suas lindas roupas e sapatos finos e as jóias mais caras que se podia comprar. Ela parecia feliz com tudo aquilo, dava ordens aos empregados com uma desenvoltura de alguém que sempre vivera com aquele status.
Os dias foram passando e novamente ela recorreu ao marido dizendo: - uma fazenda é muito pouco quando podemos ter ainda mais. Vá e peça ao peixinho um reino, eu quero ser uma rainha e ter tudo que uma rainha pode ter. O marido que já não abria a boca para nada, foi para o rio, bateu com a varinha e mais uma vez pediu ao peixinho dourado que fizesse os caprichos da sua mulher. Isto tudo e mais ainda foi feito.
O marido suspirou poderia ficar em paz, a mulher já tinha tudo que queria.
Assim o tempo passou até que um dia a mulher começou a observar toda aquela imensidão do universo: olhou de dia o sol brilhando, o horizonte azul, as nuvens brancas como algodão. A noite viu as estrelas, a lua que brilhava pálida no céu. Tudo era muito lindo e uma ideia terrível passou pela sua cabeça: teria que dominar tudo aquilo, tudo teria que ser seu. E logo chamou o pobre do marido e intimou-o: - volte ao rio chame novamente o peixinho dourado e diga que quero ser dona de todo o universo.
O marido obedeceu tristemente. Foi para o rio e bateu com a varinha na água chamando o peixinho dourado. Ele apareceu na superfície da água e o marido novamente pediu o que sua mulher mandou. O peixinho respondeu: - vá e encontrará sua mulher na mesma casinha pobre que vocês moravam, pois quem tudo quer, tudo perde.
Assim termina essa história e a mulher viveu pobre e infeliz para sempre.Quanto ao seu marido, voltou a ser o mesmo de antes, pois ele nunca quisera o que a ele não pertencia."

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