Era uma vez, Bernardo chegou cedo ao trabalho, como fazia sempre mal o galo cantava e o primeiro clarão de luz surgia no céu, lá ia ele com sua foice e enxada para a lida do dia a dia. Lá chegando encontrou os colegas em polvorosa e no meio, um deles contava com os olhos arregalados a triste noite que passara sem poder dormir.
Bernardo com seu jeito moleque se aproximou para ouvir a conversa.
O colega assustado contava:
Bernardo escutou por alguns momentos aquela história e interrompe o colega dizendo:
O dia passou com a rotina de sempre até chegar a hora de voltar para casa, o colega de Bernardo dá-lhe um aviso:
─ cuidado você zombou de algo sobrenatural e a noite está chegando e ele vai querer acertar as contas com você.
Bernardo deu de ombros e voltou para casa, para seu descanso merecido depois de um dia de labuta. Lavou os pés e as mãos, pois não tinha o hábito de tomar banho todo o dia, acendeu um cigarro e ficou esperando a hora do jantar. Tudo transcorria sem nenhuma anormalidade. Logo após o jantar foi para o quarto com sua sensível e meiga esposa. Ela sempre rezava seu terço antes de dormir, após suas orações apagou o lampião e uma escuridão total invadiu o quarto. Parecia que a boca negra da noite os engoliu naquele momento e um frio de arrepiar a fez puxar os cobertores e cobrir o marido que cansado já pegara no sono. Logo ela também viera a adormecer.
Bernardo, porém logo acorda com um barulho vindo da porta. Levantou a cabeça e incrédulo viu entrar em seu quarto um moleque negro, de olhos que lampejavam na escuridão do quarto indo parar ao lado de sua cama encarando-o com ar de provocação. Aquilo era demais; pensou Bernardo não bastara perturbar o sono de seu colega na noite anterior iria agora fazer graça com ele? Comigo não? Bernardo tratou de dar um imenso soco na cara daquele moleque.
Quando suas mãos tocaram aquele ser, imediatamente ficaram dormentes, Bernardo viu duplicar o tamanho da cara do moleque que revidou o soco jogando-o de volta na cama. Foi uma tremenda luta, pois quanto mais Bernardo batia, mais a criatura crescia e batia de volta, ele já estava ficando sem respiração quando sua mulher acordou com o barulho, porém ela não via nada. Só Bernardo o via, mas a esposa viu seu marido ofegante e suado lutando com algo invisível que o jogava de volta toda vez que ele o socava.
Ela pegou seu terço e começou suas orações, logo viu que seu marido estava mais calmo, pois a criatura estava indo embora; sua mulher só ouviu um assovio cortando à noite, lá longe na mata e um galo que nunca cantara, pois ainda era muito novo bateu as asas e cantou.
Bernardo levantou-se esfregou as mãos e gritou: “fugiu é, e não voltes mais”.
Assim terminou a briga dele com o saci. Acredite quem quiser e se for valente faça o desafio como ele fez...
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