HISTORIAS

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A cigarra e a formiga

A Cigarra e a Formiga é uma das fábulas de Esopo que foi recontada por Jean de La Fontaine. Mas vou conta-la do jeitão caboclo de Bernardo.


Era inverno e naquela serra o vento uivava inquieto, a casinha de sapê de Bernardo parecia um navio na tempestade. O vento entrava pelas frestas das portas e janelas tornando ainda mais fria aquela noite. Bernardo chegou pendurou seu chapéu e sua mucuta se aproximando do fogo do fogão à lenha, esfregando suas mãos para aquecê-las.
As crianças estavam quietas com frio e com medo do vento, Bernardo as abençoou e colocou mais lenha no fogão. Pegou o bule com café que ficava quentinho esperando por ele, serviu-se em uma caneca esmaltada saboreando gole a gole o café que o aquecia, assim como as labaredas do fogo.
Após o jantar Bernardo colocou uma pá com brasas no meio da cozinha, isto aquecia o ambiente tornando-o até agradável para as crianças. Elas já não estavam mais com medo do uivar do vento, pois Bernardo as protegia.

Bernardo sentou-se e contou-lhes esta fábula:

Era uma vez, uma cigarra que em pleno verão vivia alegre cantando despreocupada. Uma formiga que trabalhava o dia inteiro carregando folhas para o formigueiro, vendo isto parou e advertiu a cigarra:
— Olha o inverno se aproxima! Você não vai trabalhar para se aquecer no inverno?
A cigarra nem ligou e continuou com sua cantoria, afinal pensava ela o inverno está longe.
E assim passou a cigarra o verão inteiro cantando e se divertindo.
Até que um dia uma nuvem negra e um vento forte anunciou a chegada do inverno. A cigarra se encolheu, parou de cantar, mas o frio aumentava cada dia mais. Até que congelada de tanto frio e com gripe resolveu deixar o orgulho de lado e pedir abrigo.
Bateu no formigueiro e disse:
— Por favor, deixem-me entrar estou tremendo, de tanto frio!
As formigas olharam umas para as outras e disseram:
— Por que deixaria você entrar? Trabalhamos todo o verão juntando folhas enquanto você se divertia. Agora vá cantar para ver se esquentar! E fecharam a porta na cara da infeliz cigarra.

E é isto crianças que acontece com quem não pensa no futuro.
Os menores haviam adormecidos no calor do fogo e da voz de Bernardo, ele as pegava no colo levando-as para cama. Assim terminava mais uma noite com Bernardo seus causos e suas histórias.



A formiguinha e a neve

A formiguinha e a Neve
O uso das repetições fazia com que os pequenos se encantassem por esta história. Bernardo a contava sempre, só entendi o sentido da morte bem mais tarde. Na fantasia de minha infância a formiguinha vivia para sempre!