HISTORIAS

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Seres da Noite! Seres da Escuridão!



Bernardo não era um homem comum, como a maioria de seu tempo. Tinha um encanto, um mistério, algo que o fazia diferente, conectado a natureza e ao sobrenatural. Via além do mundo real e transformava real um mundo que se encontrava perdido em outra dimensão e que os seres humanos comuns não têm o poder de vê-lo.Assim sempre tinha uma história para contar sobre estes seres, que às vezes encantava pela beleza, outra no entanto, causava arrepios que percorria o corpo inteiro, até os cabelos ficarem em pé. Talvez por isso a sua cumplicidade com as crianças, que viviam com suas histórias divertidas ou arrepiantes, incríveis aventuras.
" Bernardo todo final de semana ia ao vilarejo comprar aquilo que a terra, a natureza não podia te oferecer, pois sua alimentação e a da sua família era tirada do plantio de grãos, da horta, da criação de animais para abate como: galinhas, patos e porcos e da caça e  pesca. Mas havia o querosene para as lamparinas, o sal e algumas coisinhas que ele trazia do vilarejo.Assim criara o hábito de fazer estas compras no final de semana.
Era sábado e lá vai ele com sua sacola de algodão. Tinha uma grande distância a percorrer por aquela estrada de chão batido margeada pela mata e de vez em quando cortada por um rio que passava com suas corredeiras. O som da mata, do rio era música para seus ouvidos atentos que sabia diferenciar perfeitamente
um do outro.
Chegou ao vilarejo fez suas compras e ficou proseando com os amigos que encontrara. Naquele dia não percebeu que a noite estava chegando quando partiu de volta.
Andou com seu passos lentos e desengonçados, pois aprendera a não ter muita pressa em sua vida. Assim foi se distanciando cada vez mais do vilarejo, suas luzes já ficavam para trás e pareciam pontinhos que se apagavam na escuridão da noite.
As corujas piavam na mata e de vez em quando, uma voava sobre ele atravessando a estrada. O rio corria sereno parecia estar dormindo, pois seu barulho ficara menor. Bernardo continuava seu caminho.
 Em casa sua mulher de vez em quando olhava inutilmente a escuridão, tentando vislumbrar a figura do marido. Pegou seu rosário e se encolheu no canto da cama, as crianças dormiam tranquilas, sem saber de sua apreensão. O marido estava muito atrasado aquela noite.
Bernardo continuava seu caminho assoviando para entreter-se. De repente ele sentiu um arrepio e percebeu que a noite se tornara mais escura. A escuridão era tão densa, que ele estava se sentindo sufocado, no meio da escuridão um vulto escuro cruza com ele, mais uma vez aquele arrepio percorreu seu corpo. Ele tentando amenizar o medo que sentia disse: - boa noite! O vulto responde: - esta é minha hora, a sua já passou o que você ainda faz aqui? Quando Bernardo pensou em responder o vulto já sumira na escuridão.
Bernardo apressou o passo, mas já não via onde pisava tão escura se tornou a noite. A mata estava se fechando e a estrada ficava cada vez mais apertada. O que era isso? Pensava Bernardo apavorado e quanto mais ele tentava escapar, mais a mata se fechava impedindo-o de caminhar. Não teve outro jeito, parou e ficou tateando no escuro para ver se encontrava alguma brecha. Nada, todos os lados se fechara. Os galhos das árvores o apertava cada vez mais, algumas plantas espinhosas machucavam suas mãos, quando ele tentava afastá-las. Agachou vencido pela cansaço. Agora a mata estava por todos os lados, até por cima! Na escuridão, ele só conseguia saber que estava preso, pelo tato sentindo aqueles espinhos que feriam  suas mãos. Lembrava da família, da mulher com suas orações, mas ele não sabia aquelas orações e estava ficando desesperado. Suas pernas estavam dormentes, sua cabeça parecia pesar e suas pálpebras insistiam em fechar. Assim ele passou aquela terrível e inusitada noite à caminho de casa.
Cochilou e despertou com o cantar do galo, devia estar próximo à casa pensou. Os primeiros raios da manhã já tingia o céu, quando ele percebeu que estava livre. Levantou-se e em um pulo estava em casa. Quando o sol raiou ele voltou e viu que, pouco antes da porteira, o mato estava amassado. Fora ali que ele passara toda à noite prisioneiro de uma força sobrenatural."


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