Era inverno e os dias eram curtos e frios, a paisagem aos poucos ia ficando toda branca, com a neblina que descia da serra. Da cozinha vinha um cheirinho bom da comida feita no fogão à lenha, ao mesmo tempo um cheirinho de café fresquinho invadia toda casa. Bernardo não dispensava um cafezinho e especialmente em um dia tão frio.
As crianças aproveitavam o calor do fogão e brincavam sentadas em um banco, enquanto a mamãe terminava o jantar.
Como sempre, Bernardo se fazia anunciar com seu conhecido jeito de andar assoviando alguma música. Seguia-se um ritual que acontecia todos os dias: as crianças pediam a bênção ao pai e ele os abençoava um a um, se algum de seus filhos não estivesse presente, ele imediatamente queria saber onde estava.
Após o jantar, como fazia sempre em dias frios, puxou uma pá de brasas para o meio da cozinha e todos sentaram em volta para aquecer-se. Os olhinhos dos pequenos brilhavam a espera da história da noite.
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Naquele dia, ele contou mais uma de suas histórias em que a esperteza do macaco venceu a força bruta da onça, mostrando aos pequenos que agir com inteligência é melhor do que usar a força para resolver os problemas.
O macaco vivia sempre tendo de escapar da onça, que queria fazer dele seu jantar. Fugia dali, fugia daqui, não podia se descuidar nem por um momento, que a traiçoeira onça mostrava suas garras e atacava.
Já não sabia mais o que fazer: se subia na árvore, ela também subia e se pulava no rio, ela também sabia nadar muito bem. O pobre macaco, não podia nem comer sossegado.
Cansado de tanta vigilância e sem dormir direito, já não estava aquentando sair correndo, pulando de galho em galho como sempre fazia. Foi num destes dias que a onça aproveitando seu cansaço deu o bote e agarrou o macaco pelo rabo.
O macaco sabia que se lutasse perderia, pois a onça tinha muita força. Foi aí que teve uma ideia, ficou com o rabo paradinho e disse: êh! comadre onça se julga tão esperta, mas agarrou uma raiz pensando ser meu rabo.
A onça mais que depressa largou o rabo do macaco e segurou na raiz de uma árvore,
E a onça deve estar até hoje agarrada a raiz daquela árvore.
E assim Bernardo termina a história e põe seus filhos para cama, tendo que carregar um dorminhoco que dormiu antes do final da história.
“E entrou pelo ouvido do pato, saiu pelo ouvido do pinto, quem quiser que conte cinco”.
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