HISTORIAS

HISTORIAS

Mulher


Negra Branca Jovem Velha Mulher

Sob o resquício de arcaica cultura

Orbitas por tantas intolerâncias

Por violências quantas,

Tantas vezes silencias

 

Ninfa fonte de doentio desejo

Acusam-te da própria desgraça

Quantas vezes ainda mulher?

Grito sufocado, preso na garganta.

Com teu sangue lavas

Com tua vida pagas

 

Se teu grito sufocas o cosmo grita

 Na imensidão do vazio o breu

O universo a teu favor conspira

A terra estéril de dor gemeu.

 

Mulher negra do Jongo à magia

Do teu canto cifrado ao Batuque

De teus ancestrais a história conta

Negra Branca Jovem ou Velha

Mulher nunca deixe te banalizar

És forte numa frágil forma

Como flor no deserto árido

És completa

Simplesmente mulher

 Lucia Araujo

 





 

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