HISTORIAS

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Alto da Serra (caminhando pela ferrovia desativada)


Cheguei ao Alto da Serra. Terra em que viveram a família de Bernardo: seus pais, avós, tios e tias. Vivendo da terra, das plantações, caça e pesca nos riachos.

A alegria e emoção não me deixava sentir o cansaço da caminhada rumo à serra. Estava pisando onde Bernardo pisou. 


Por um instante as vozes do passado ressoavam com força: a linha do trem era o meio preferido que Bernardo usava para chegar ao seu sítio, mas enfrentava o túnel estreito e os cortes onde só davam passagem para o trem. 
Ouvia sua voz: — estava quase na hora do trem e tive que andar depressa, muito depressa se ele me alcança, não chegaria em casa hoje. Tudo era visto como mais uma aventura e coragem daquele caboclo baixinho e esperto. Podia sentir seus passos rápidos e ouvir o apito do trem.


Como Bernardo perguntei de brincadeira ao meu irmão: — será que estar na hora do trem? Ele riu e eu respondi: — um trem fantasma como nas Histórias de Bernardo, soltando fogo e fumaça e avançando ferozmente.


A água corria pelas pedras refrescando aquele
 dia que apesar do inverno estava quente.


Finalmente avistamos o túnel, lindo contando um pedaço da história, construído em 1924.


Estava entardecendo não podíamos nos demorar, o carro ficara distante. Que vontade de fazer como Bernardo e atravessar o túnel, avistaríamos Angra o mar, seria lindo! 
O bom senso de minha irmã disse:— o túnel é perigoso está abandonado deve ter bicho e muito morcegos. Aqui tem cobra e já ouvi dizer que tem aparecido onça.


Voltando mais uma pausa para uma foto, em frente bem lá no meio da mata é que vivia Benardo. Hoje a mata atlântica está retomando o lugar, assim espero!


Na Serra já surgia uma pequena neblina, também inspiração para as histórias de Bernardo. 

Uma penumbra já anunciava o entardecer, deixando a paisagem ainda mais bonita!


Aqui nos despedimos logo depois do rio pegaríamos o carro para Lídice. Antes as últimas fotos.




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